Anestesiologia
O anestesista, denominação popular do anestesiologista é um médico que se dedicou a uma especialização de 3 anos ou mais, em lidar com a dor em pessoas que serão submetidas a cirurgias ou a exames diagnósticos.
A especialidade é fundamentada em técnica, destreza manual, profissionalismo e respeito pelo ser humano.
A anestesia é planejada para cada pessoa, individualmente, com avaliação criteriosa, levando em conta riscos relacionados ao estado de saúde, doenças preexistentes (como problemas respiratórios, doenças cardíacas, alergias, diabetes, etc.) e à complexidade da cirurgia ou exame diagnóstico.
Graças ao aperfeiçoamento de fármacos, sofisticação de aparelhos, equipamentos e materiais, aliados a preparo criterioso de cada caso, o risco anestésico tem diminuído muito nestes últimos anos.
A anestesia é a ausência total de dor em cirurgias ou exames, sendo também uma preocupação atual, a atenção à dor peri-operatória, ou seja, cuidados quanto à dor que se aplicam ao período anterior, durante e depois desses procedimentos.
Pode ser geral, quando é necessário ou importante estar totalmente inconsciente, sem qualquer percepção em relação à cirurgia ou exames. Os medicamentos atuais que se dispõe, foram aperfeiçoados para se obter o mínimo de efeitos colaterais e ter eliminação muito rápida, possibilitando um despertar tranqüilo e sem dor.
Pode ser regional, quando uma parte do corpo fica anestesiada, e é possível permanecer acordado ou dormindo, dependendo do que se deseja, associando medicamentos e sedativos.
Os tipos de anestesias regionais utilizadas para ginecologia e obstetrícia são três: intra dural, peridural ou duplo bloqueio, porém é interessante falar inicialmente da sedação.
Na sedação, altera-se com diferentes níveis de intensidade, os estados de consciência, de modo a ficar acordado e tranqüilo, até profundamente sonolento. Desse modo obtém-se indiferença e amnésia (esquecimento total) do procedimento, como a realização dos bloqueios regionais, anestesias locais que são infiltrativas, e mesmo do transcorrer da cirurgia.
A anestesia regional é feita bloqueando-se um nervo ou um feixe de nervos, com a administração de anestésicos locais próximos a eles. Durante a técnica pode-se permanecer acordado, como acontece nas Cesarianas, onde adormecemos a pele do local (região lombar) para que não se sinta incômodo algum; ou ainda podemos oferecer sedação “amnéstica”, ou seja, sono leve, bem estar, e esquecimento destes momentos, quando realizamos estes bloqueios antes de cirurgias ginecológicas.
A anestesia Intra dural, é a bem conhecida Raqui, que foi modernizada em substâncias novas, materiais e técnicas, com a agulha atual muitíssimo fina, que proporcionou banimento praticamente total da cefaléia que acompanhava a técnica antiga. Nela, basta uma quantidade muito pequena de líquido anestésico (2 a 4 ml) , pois este fica em contato com o líquor que envolve os nervos, obtendo anestesia de ótima qualidade e máxima segurança, com perda da sensibilidade dolorosa, tato e movimentos das pernas.
Na Peridural, a técnica parece semelhante por ser realizada também na região lombar (sempre precedida de anestesia local na pele da região), mas usa grande quantidade de anestésico local (20 a 25 ml) por ter localização mais superficial aos nervos. A sensibilidade dolorosa e o movimento das pernas são abolidos, mas o tato é frequentemente preservado. Para termos segurança cardíaca nesta técnica, ela é mais usada por cateter (conduto fino e maleável) para ser realizada lenta e fracionadamente.
È possível utilizar a peridural para analgesia de parto, onde a mistura fármacos é muito diluída e menor, (portanto muito segura) para que se preserve o movimento das pernas, o tato e a força materna para auxiliar no nascimento do bebê, cuja passagem é percebida, porém sem dor.
Por fim, o bloqueio combinado Raqui-peridural, reúne as vantagens dos dois, com diminuição da dose de ambos, início rápido e uso contínuo, por quantas horas se desejar. O cateter peridural fica confortavelmente posicionado e aderido da região lombar até o ombro, permitindo todos os movimentos e posições, de modo que se prolongue a analgesia o tempo que for necessário.Utilizado para o trabalho de parto com boas possibilidades que o nascimento seja por via vaginal, pois um dos medicamentos usados nessa técnica pode ajudar muito o relaxamento do colo do útero.
Quando esperar um procedimento como cirurgia, parto ou exames dolorosos agende uma consulta com seu médico anestesista, que lhe dará informações detalhadas de sua condição clínica, daquele procedimento necessário e de quais são as melhores e mais seguras técnicas que se pode optar para cada caso. Pode contar então, com o atendimento à dor pós-operatória, que não se deseja existir, para que tenha uma alta precoce e sem complicações.
Dra. Luciane Martins
Médica Anestesiologista